Arauto
“Eu, aquele estranho”, por Lucas Luiz
“A vingança da poesia é essa: é ela ser maior que a gente.” (Adélia Prado)
um bom poema traz o que de mais caótico
pode existir: centelhas de paz na bunda de vaga-lumes.
– A crença errante dum ser além de nós, maior e abundante.
um bom poema, diria, na margem tênue que desmembra
a penumbra dos mundos e muros, carrega consigo
toneladas de tijolos com os anseios dos homens; não é?!
– Diria Quintana: boas são as perguntas.
um bom poema não se esvai de mãos dadas
com a neblina, jamais escorre nos dedos
parados dos santinhos.
apenas continua transeunte despojado,
despreocupado, de carona na veste de carne,
sem nenhuma questão de saber exatamente
pra onde, só segue assoviando salmos…
E a imagem e semelhança com o Pai
se é testemunhada aqui no rosa-pink
pintado junto ao para-choque do peito:
– Seria este um poema pronto?
(eis um poema de pranto.
eis um poema e ponto.)
nbsp;
por Lucas Luiz, jovem escritor guararemense (a href=http://luscaluiz.blogspot.com/luscaluiz.blogspot.com/a)