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Jorge Souza e as Crônicas do Itapema

Guararema na literatura

Inicialmente, as Crônicas do Itapema eram publicadas no jornal Notícias de Guararema, quinzenalmente. Foi assim que milhares de pessoas tiveram seu contato com as crônicas publicadas durante quatro anos.

Jorge nasceu, literalmente, no bairro Itapema, em Guararema – SP. Seu parto foi realizado na casa do pai com ajuda de uma parteira. No dia em que estava para “vir ao mundo” Seu Delmino (pai de Jorge) não conseguiu laçar o cavalo Gaúcho para levar Dona Zoraide para a Santa Casa, de charrete.

Passou toda sua infância no Itapema: aprendeu a nadar no Ribeirão do Antonio Bonafá, estudou na escola do bairro, aprendeu a trabalhar na enxada, ensacar pêssegos e até chegou a ser jogador do primeiro quadro do Itapema Futebol Clube. Um tempo sem perigos, sem drogas… As proibições do pai resumiam-se em não nadar sozinho no Rio Paraíba do Sul. Só podia ir, com a companhia de um dos seus irmãos. Foi no bairro Itapema que Jorge aprendeu a respeitar as águas do rio, os pássaros, as pessoas, a natureza, a vida…

Começou a escrever as crônicas por volta de 2003, logo depois que seu pai sofreu um derrame e perdeu a fala. Grande contador de histórias, Seu Delmino, era um guerreiro da vida. Ao perder a fala, parou de contar histórias. Foi então que Jorge resolveu escrever as Crônicas do Itapema, uma a uma, sem grande pretensão, deixando gravado, no papel e no coração das pessoas o cheiro da terra, o canto dos passarinhos, os casos de assombração, os vínculos familiares enfim, as histórias que seu pai sempre contava.

O amigo José Alencar foi quem apresentou Jorge ao Sr. José Carlos de Oliveira que era diretor do jornal local. As crônicas foram muito bem aceitas pelos leitores. Uma das leitoras que tinha 75 anos chegou a abordar o autor para lhe dizer: “Gosto muito do jeito que você escreve. Às vezes, lendo, chego a sentir cheiro de café passando no coador de pano…”. Foi nesse dia que Jorge teve noção da importância cultural que suas crônicas possuem.

Ultrapassando as fronteiras, as Crônicas do Itapema chegaram a uma das cidades vizinhas de Guararema, Santa Branca. E hoje são bem conhecidas também em Jacareí e São José dos Campos.

E nada mais prazeroso do que vê-las trabalhadas dentro de uma sala de aula. A professora Sandra Moreira assim o fez. Desenvolveu um trabalho voltado para a arte e cultura apoiada no rico conteúdo que as crônicas trazem. As crônicas foram encenadas levando aos alunos estímulo à aprendizagem e ao gosto pela leitura. O livro também fez parte de uma encenação do grupo Colcha de Retalhos, de Jacareí.

Após o primeiro livro, Jorge ainda publicou as Crônicas do Itapema por mais quatro anos no Jornal D’Guararema.

Todo autor de uma obra escreve, pinta ou compõe baseado em experiências próprias. As Crônicas do Itapema resgatam muitas histórias vividas, a maioria contada sobre experiências as quais o autor passou e sobre a maneira como ele enxerga o mundo. Cada crônica, segundo o próprio Jorge, retrata um momento que ele viveu ou sentiu.

Cada uma de suas crônicas traz um novo capítulo da história dessa terra, dessas pessoas simples que fazem de Guararema uma cidade encantadora. Não seria encantadora se assim seu povo não a tivesse construído.

Que fique claro: não estão expressados em textos, sentimentos que dizem respeito somente aos moradores do bairro Itapema mas sim, sentimentos que deveriam ser resgatados por toda a humanidade, sentimentos que dizem respeito a toda pessoa que ainda tem consideração pelo próximo e pela natureza, que ainda tem caráter e dignidade, que faz da simplicidade, não um estado físico mas, uma qualidade de vida.

A saudade do pai (in memorian) desperta no autor o carinho pela crônica “O Plantador de Poesias” que deu nome à coletânea. A crônica retrata a obra que o pai do autor deixou no bairro Itapema: os pomares que são como poemas: “… não tinha uma caneta esferográfica, lápis e nem tão pouco um pedaço de giz para rabiscar… Mas sempre trazia, apoiada às suas costas, uma enxada encaibada a um cabo de guatambu. Nasceu à margem do Rio Paraíba, numa casinha de taipa coberta de sapê. O solo, com suas linhas tortas era um papel sem margem onde ele plantava suas poesias”.

Sobre o Autor

Dia 10 de novembro de 1962. Guararema ganha, neste dia, um de seus principais cronistas: Jorge Pereira de Souza. Criado na pequena cidade de Guararema (SP) iniciou sua vida escolar na Escola Mista Destilaria Central no bairro Itapema. Em 1973 concluiu a quarta série na Escola Estadual Getúlio Vargas e seguiu até a oitava série na Escola Estadual Dr.Roberto Feijó. É Graduado  em Química e em Biologia com pós-graduação em Biotecnologia.  Atualmente, trabalha como químico no grupo de tecnologia e desenvolvimento de uma multinacional. Devido à sua formação, Jorge vem realizando apresentações em encontros de tecnologia que ocorrem em diversas regiões do Brasil e também em outros países como Argentina, Bélgica e Estados Unidos. Experiências muito importantes que têm proporcionado ao autor o conhecimento de culturas e costumes diversos fazendo com que dê cada vez mais valor às suas raízes. Casado com Roseane,  com quem teve  Guilherme (atualmente com 8 anos), Jorge não abriu  mão de suas raízes. Filho de Delmino e Zoraide, tem sete irmãos com os quais, desde os sete anos de idade, trabalhou na roça com o pai em plantações de pêssego, laranja, hortaliça, bananeira, feijão e milho… Os laços familiares e o forte vínculo com o bairro Itapema, em Guararema (SP) trouxeram ao autor a inspiração para este livro que trilha os caminhos inesquecíveis do coração.

Sobre a Editora

A Campanholle Comunicações (Editora D’Guararema) está no mercado desde 2000, trabalhando com jornais, revistas e assessoria de imprensa. O livro Crônicas do Itapema foi o primeiro livro lançado pela editora. Todo produzido em Guararema, incluindo a ilustração do jovem Daniel Montenegro. É o primeiro livro da Coleção Pérola do Vale que engloba títulos referentes a assuntos ou histórias passadas em a Guararema SP.

Mais informações e pedidos do livro (que agora inclui versão digital) pelo e.mail: dguararema@gmail.com.

Valéria Campanholle Parra – Jornalista – MTB 32.678 – Editora D’Guararema

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